Conhecida antigamente como “doença dos jardineiros”, a esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que se aproveita principalmente de feridas abertas e de corpos estranhos penetrantes, como espinhos, para entrar no organismo.
Se você é apaixonado por gatos e costuma ler a respeito deles, é bem possível que já tenha ouvido falar na esporotricose. Já se não ouviu, é melhor continuar lendo com atenção!
É que, apesar de ser classificada como uma zoonose, isto é, uma doença capaz de afetar tanto animais quanto humanos, a esporotricose é muito mais comum e grave nos bichanos. Ainda mais naqueles que moram em regiões de clima tropical, como é o caso do Brasil. Saiba mais sobre essa doença de pele que traz sérios prejuízos à saúde do seu pet.
O que é a esporotricose?
Conhecida antigamente como “doença dos jardineiros”, a esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que se aproveita principalmente de feridas abertas e de corpos estranhos penetrantes, como espinhos, para entrar no organismo.
Depois da contaminação, a esporotricose causa lesões que vão progressivamente atingindo a epiderme, a derme, os músculos e até os ossos dos bichanos, sendo mais branda em cães e seres humanos.
Como ocorre a contaminação dos animais?
Reparou como, no tópico anterior, falamos em “doença dos jardineiros” e em espinhos? Não se trata de mera coincidência. Isso porque entre os principais locais em que o fungo da esporotricose se prolifera estão o solo, cascas de árvores e as superfícies das plantas, como a roseira, que, devido aos espinhos, acaba facilitando ainda mais a contaminação pela doença.
Por isso mesmo, sabe-se que os gatos são os principais agentes de disseminação da esporotricose. Afinal, por terem o hábito de enterrar os seus dejetos no solo, além de arranhar madeiras e caules de árvores, os bichanos têm chances maiores de entrar em contato com o fungo no ambiente.
Sintomas da esporotricose
De acordo com a Dra. Camille Oliveira, veterinária da Petz, podemos suspeitar de esporotricose sempre que o pet apresentar lesões na pele que não só não cicatrizam, como pioram rapidamente.
Em tempo, de acordo com sua progressão, a esporotricose pode ser dividida em três fases distintas, cada uma com os seus sintomas:
- Forma cutânea: é caracterizada por um nódulo avermelhado. Também podem ser observadas secreções que lembram abcessos e feridas causadas por brigas, sendo mais comum encontrá-las na face, no plano nasal, na base da cauda e nas pernas. As lesões podem ser múltiplas ou solitárias.
- Forma linfocutânea: ocorre quando os nódulos cutâneos progridem para úlceras com secreção na pele, com comprometimento do sistema linfático.
- Forma disseminada: nesse estágio, é possível observar lesões ulceradas generalizadas no pet, além de apatia, febre, anorexia e alteração no trato respiratório.
Enquanto a esporotricose em cães é mais comum na forma cutânea, nos gatinhos, ela pode evoluir rapidamente para a forma disseminada. Por isso, na menor suspeita da doença, procure imediatamente um veterinário.
Diagnóstico e tratamento
Segundo a Dra. Camille, quanto mais cedo for diagnosticada a esporotricose, maior será a chance de cura e menor a possibilidade de transmissão. “Evoluindo para a forma disseminada, o tratamento pode não ser tão eficaz, já que todo o organismo está comprometido e o animal está imunossuprimido”, diz.
Para ajudar o veterinário a chegar mais rápido ao diagnóstico correto, ajuda muito que o tutor relate o histórico do bichano, como, por exemplo, se ele se envolveu em alguma briga ou se entrou em contato com terra. Além disso, o veterinário também fará um exame físico e dermatológico, assim como poderá solicitar outros exames laboratoriais, como de cultura de fungos, citológico e histopatológico.
Confirmada a doença, o remédio usado no tratamento para esporotricose é o itraconazol, que nunca deve ser administrado sem orientação médica!
Esporotricose em seres humanos
Lembra que dissemos que a esporotricose é uma zoonose? Apesar de bem menos nociva para nós que para os gatos, a doença também pode ser transmitida dos animais para os seres humanos.
O contato direto com um pet doente, claro, é um fator de risco para a contaminação. Mas saiba que mesmo um gato saudável pode ser transmissor da esporotricose em humanos caso esteja com esporos do fungo sob as unhas. Nesse caso, se o bichano arranhar alguém, essa pessoa poderá ser contaminada.
O que fazer para prevenir a esporotricose?
Considerando que os gatos são, ao mesmo tempo, as maiores vítimas e os principais disseminadores da doença, as principais medidas preventivas também têm a ver com eles, como você confere abaixo:
- Seja um tutor de gato responsável e tome medidas, como telar as janelas, para evitar que eles saiam para a rua. Lembre-se que a esporotricose é só uma das doenças que os bichanos podem contrair nessas andanças, afora o risco de atropelamento, envenenamento, brigas com outros animais, etc.;
- Considere castrar os pets o quanto antes. Além de prevenir doenças, a castração ainda ajuda a controlar o instinto dos gatos de fugir de casa;
- Mantenha o ambiente sempre limpo;
- Evite a criação de colônias de gatos em espaços pequenos;
- Caso esteja com um animal contaminado em tratamento, use luvas descartáveis para tocar nele, lave bem as mãos e higienize bem o ambiente;
- Faça visitas regulares ao veterinário com seu pet. Isso é muito importante para assegurar a saúde dele.
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