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Oficina introduz conceitos da fotografia em aldeia indígena de Pesqueira

Crédito: Divulgação
Através da abordagem da fotografia documental e da linguagem multimídia, o projeto idealizado pelo fotógrafo, artista multimídia e educador iezu kaeru oferece a jovens moradores de comunidades indígenas oficinas de fotografia que se propõem a introduzir conceito, técnica, história e práticas fotográficas à vivência social nesses territórios étnicos. As atividades convidam os participantes a vivenciar a poética da construção da imagem, no sentido de construir conhecimento coletivamente.
Os fundamentos do projeto se baseiam no aprofundamento da discussão sobre o papel da fotografia em seus meandros éticos e sociais, explorando novos mundos no mundo dos jovens.
A Comunidade indígena Xukuru, no município de Pesqueira, localizada a 3h30min do Recife, será a segunda comunidade indígena a receber o projeto, que também foi realizado na comunidade indígena Fulniô, localizada em Águas Belas/PE.
Em Pesqueira, a oficina acontecerá desta segunda-feira (10) até sexta (15), das 8h às 12h, no Senado da Aldeia Cimbres. As inscrições foram abertas para jovens Xukurus com idades a partir de 14 anos e podem ser realizadas no Senado ou através do email: fotografiamemoriaetradicao@gmail.com.
Foto de autoria de um dos alunos da oficina (Crédito: Divulgação)
Com incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, através do Funcultura, a iniciativa promove o intercâmbio de conhecimento. As vivências exploram desde o princípio da produção de imagens até o vídeo. Por isso, as lições envolvem a construção de caixas mágicas, imersão na floresta de sons, fotografia de olhos vendados, entre outros recursos para desenvolver os sentidos dos educandos e das educandas.
A metodologia pedagógica inclui uma robusta culminância ao final da oficina: a produção do grupo também será apresentada no formato de exposição coletiva e em um catálogo impresso construído a partir de elementos visuais trazidos pelos próprios participantes. Um perfil no instagram, reunirá imagens criadas a partir das vivências.
Iniciando pela construção das “caixas mágicas”, que apresentam as primeiras noções sobre a luz na fotografia, os educandos participam ativamente de todas as etapas: desde a produção do conteúdo em campo, até a edição do trabalho e a publicação em plataformas digitais.
A montagem da mostra fotográfica é a última atividade construída em grupo e estimula um importante senso de coletividade e protagonismo social.
“A materialização dos produtos é importante na medida que possibilita que eles percebam que são capazes. Isso exalta a potência dessa juventude popular que, muitas vezes, precisa apenas de oportunidade. Eles trabalham questões como a identidade no material feito por eles mesmos. Passam a olhar a comunidade não como um lugar de ausência, mas de riqueza, diversidade cultural e tanta beleza”, avalia iezu.
Haverá a presença de uma indígena Xukuru chamada: Ellen, que será participante e monitora durante as aulas na Aldeia Cimbres, em Pesqueira. O projeto  conta com assessoria pedagógica da também educadora indígena Xukuru: Mika.
Geraldo Majela

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