Saúde

MÉDICO ALERTA SOBRE A DIÁSTASE ABDOMINAL E COMO TRATAR A DISFUNÇÃO

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A Abdominoplastia é uma cirurgia plástica já conhecida pela maioria, no entanto a técnica vai muito além de questões relacionadas exclusivamente a estética. Mas, primeiramente não deve ser considerada como um tratamento à obesidade ou uma alternativa para substituir uma alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos.
A princípio, sua recomendação é usual em mulheres que tiveram múltiplas gestações, pois durante a gravidez é normal haver um espaçamento das paredes abdominais para acomodar o feto, um processo natural, porém em cerca de 60% dos casos o retorno desse músculo ao seu local de origem não acontece como deveria. A cirurgia é indicada igualmente para aqueles com acúmulo de gordura na região da barriga, excesso de pele, barriga tipo ‘avental’ (presença de diversas dobras), perda substancial de peso ou os que oscilam constantemente de peso e apresentam o chamado ‘efeito sanfona’. Em comum estas pessoas desenvolvem flacidez da pele, depósitos de gordura e estrias (estiramento e rompimento das fibras elásticas) e, sobretudo, diástase dos músculos reto abdominais, essencial indicação para sua realização.
De acordo com o cirurgião plástico André Eyler, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e American Society of Plastic Surgeons, basicamente a diástase abdominal é quando existe uma distância entre os músculos abdominais, uma espécie de fenda na parede do abdome, uma disfunção preocupante porque pode causar diversos problemas à saúde. “Os principais riscos causados pela diástase é quando ultrapassa mais de 2,5cm, o que possibilta haver interferência na capacidade da musculatura abdominal de estabilizar o tronco, além de exercer e interceder em outras funções, como o controle lombo-pélvico, contenção vesical, defecação e postura”, diz o médico.
O especialista explica que, em geral, a diástase não se restringe às mulheres, apesar da disfunção atingir mais frequentemente elas devido à gravidez, sendo que obesidade ou o fator idade ainda contribuem significativamente para o seu surgimento, que irão favorecer o afastamento das duas grandes bandas paralelas do reto abdominal. Os sintomas são inúmeros, dentre os quais, inchaço na região, dor na barriga e costas, constipação, gases, dificuldade na digestão, desconforto estomacal, refluxo, hérnia umbilical, sensação de estar ‘tudo solto’ por dentro, escapes de urina, dor nas relações sexuais, prolapso de órgãos, entre outros.
Mas, os homens também sofrem com o problema quando há concentração em excesso de gordura na região abdominal, associado com distensão progressiva, que propicia deformidade na parede abdominal, de tal forma, que pode provocar diástase do reto e hérnias abdominais, umbilicais e de disco.  Porém, o aparecimento nos pacientes masculinos ainda está muito atribuído ao envelhecimento, flutuações de peso e até halterofilismo e exercícios abdominais executados de modo incorreto. “Existe uma ação combinada entre os músculos abdominais e o assoalho pélvico, que soma efeitos na diminuição da função muscular do abdômen e pode afetar o desempenho do assoalho e gerar disfunções, como, por exemplo, a incontinência fecal ou prolapso pélvico. Além disso, condições crônicas induzem a uma grande pressão dentro do abdômen que provoca também a diástase. “Mas tanto os aspectos físicos e estéticos são levados em conta, uma vez que venha a afetar e representar danos à saúde física, emocional, qualidade de vida e autoestima do paciente. Ou seja, se trouxer prejuízos em qualquer um destes fatores a pessoa é candidata a intervenção”, afirma o Dr. Eyler.
Também conhecida como Dermolipectomia de abdome, os pontos internos que são realizados (plicatura abdominal) na operação corrigem a diástase. Segundo o Dr. Eyler, mesmo com a musculatura fraca, a plicatura dos músculos reto abdominais fornece a estabilização da parede do abdome. “Isto é, uma musculatura fraca não contrapõe o procedimento, ao contrário, é mais um fator de indicação”, destaca.
Além da correção da diástase, melhora do conforto corporal e elevação da autoestima e bem-estar, a abdominoplastia oferece muitos outros benefícios, entre eles, redução do excesso de gordura, pele, peso, estrias e reconstrução e fortalecimento do tônus abdominal. Embora seja uma cirurgia que exige mais cuidados do que a lipoaspiração, ao invés desta pode ser feita mesmo quando não se está dentro do seu peso ideal.
Entretanto, dependendo de cada caso também pode vir a ser aliada à lipoaspiração, pois é preciso se adaptar as reais necessidades do paciente. Inclusive o Brasil é um dos países pioneiros no método da lipoabdominoplastia, fazendo ambas simultaneamente. A vantagem da lipoabdominoplastia é a otimização do contorno corporal e facilitar o aumento na retirada de mais pele pendente, o que resulta em uma cicatriz menor. Há vários estudos e trabalhos científicos que mostram diversificados métodos da associação da abdominoplastia e lipoaspiração, um deles publicado na revista norte-americana Aeshtetic Plastic Surgery, que traz uma nova abordagem com uma técnica chamada TULUA, apesar de não ser indicada para todos os casos.
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Geraldo Majela

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