Jogadoras viajam em voo fretado para diminuir impacto do fuso horário na Austrália; avião leva mensagens contra a discriminação, como “Nenhuma mulher deveria ser forçada a cobrir a cabeça”
O sonho do título inédito da Copa do Mundo Feminina já está no ar. A seleção brasileira embarcou por volta de 5h20 desta segunda-feira para a Austrália, país que sediará junto com a Nova Zelândia o Mundial 2023, entre 20 de julho e 20 de agosto.
A aeronave que leva a seleção feminina também carrega mensagens de apoio às mulheres que sofrem discriminação, escritas em inglês na fuselagem:
- “Nenhuma mulher deveria ser forçada a cobrir a cabeça”
- “Nenhuma mulher deveria ser morta por não cobrir a cabeça”
- “Nenhum homem deveria ser enforcado por dizer isso”
Em busca da “primeira estrela”, o Brasil adotou uma logística especial para diminuir o impacto da diferença de 13 horas à frente em relação ao horário de Brasília. Pela primeira vez, a seleção viaja em voo fretado para uma Copa Feminina, o que permitiu à comissão técnica escolher o melhor horário de decolagem e trajeto até Gold Coast, no litoral Oeste australiano, onde a seleção fará as duas primeiras semanas de treino no país da Copa.
– Estou feliz com a preparação. Temos uma longa viagem e precisamos nos adaptar o mais rapidamente possível ao jet leg (diferença de horário). Temos alguns exames e outras coisas para fazer para estarmos preparadas para o fuso horário da Austrália – disse a técnica Pia Sundhage no domingo, após a goleada por 4 a 0 sobre o Chile, em Brasília, no amistoso de despedida da torcida.
Minutos antes do embarque, já na pista do Aeroporto de Brasília, a atacante Nycole viveu uma emoção especial: ela pôde se despedir do pai, que trabalha no local como auxiliar de rampa.
– Fiquei muito feliz. Foi uma correria grande, eu entro no trabalho às 4h e ontem ela me ligou, dizendo que o voo provavelmente sairia às 5h30. Agora é torcer pra que elas façam um bom campeonato e tragam o caneco – disse Alessandro Sobrinho, pai da atacante da Seleção.
🗞️ Por Denise Thomas Bastos e Lucas Magalhães — Brasília