ATIVIDADE FÍSICA E ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ENTRAM NA PRESCRIÇÃO MÉDICA CONTRA DEPRESSÃO

Além de antidepressivos, psiquiatras reforçam a importância de exercícios, dieta e psicoterapia

Foi na última década que a psiquiatria no Brasil começou a rever prescrições médicas baseadas apenas em antidepressivos. A mudança veio com novos estudos científicos que apontam os benefícios de hábitos saudáveis no tratamento de transtornos psiquiátricos. Entre eles estão atividades que movimentam o corpo, acalmam a mente e melhoram as relações pessoais.

“Hoje entende-se que os transtornos psiquiátricos são multifatoriais, portanto, não respondem a uma única estratégia”, explica o psiquiatra Arthur Danila, coordenador do Programa de Mudança de Hábito e Estilo de Vida do IPq-HCFMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP).

É preciso considerar os fatores biológicos, que respondem a remédios, psicológicos, tratados com psicoterapia, e sociais, que envolvem o bem-estar no ambiente, nas relações pessoais, no trabalho e no estilo de vida. Estudo de 2022, publicado na JAMA Psychiatry, mostra que a intensidade da prática reduz o risco de depressão. A pesquisa aponta que se as pessoas fossem ativas fisicamente, 11% da depressão incidente seria evitada.

Em 2023, outro estudo, publicado no Journal of Affective Disorders, acompanhou 141 pacientes por 16 semanas e mostrou que, em casos de depressão ou ansiedade patológica, correr duas vezes na semana pode ter efeito semelhante a antidepressivos e ansiolíticos. Os benefícios de fazer atividade na academia ou no parque são semelhantes, lembra ele, mas há vários estudos que destacam os pontos positivos da luz solar e do contato com a natureza, que podem ser estímulos.

O ideal é optar por alimentos in natura (como leite, ovos, frutas, verduras e carnes) ou minimamente processados (como grãos integrais, arroz, feijão, farinhas e massas frescas).

🗞️ Folha de São Paulo

Deixe um comentário