O impacto nos alimentos é generalizado. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos 12 meses, o preço das carnes aumentou 15%. Para Maluf, uma parcela dessa alta já é por causa do dólar.
E não aconteceu só com as carnes. Arroz (+15,87%), feijão fradinho (+19,44), leite longa vida (+20,38%), óleo de soja (+27,75%), café moído (+32,66%), itens gerais da cesta básica que já enfrentam pressões inflacionárias pelas mudanças climáticas. Com a disparada do dólar, o cenário deverá piorar ainda mais.
“É como jogar gasolina. Vai incendiar o que já está pressionado”, diz Honorato. “Uma conta que sempre chega para a população mais carente.”
Segundo o professor da FIA, diferentemente da classe média e da população mais rica, que consegue aplicar seu salário em produtos financeiros para se proteger da inflação, a população mais pobre não consegue e sente o reajuste dos preços mês a mês, vendo o dinheiro que fazia uma compra completa não ser suficiente com o passar do tempo.
“Já vimos isso antes. As opções são ir ao mercado assim que receber o salário ou fazer um estoque. O nível não é crítico a esse ponto, mas uma alta superior a 20% no câmbio não vai passar despercebida”, diz o professor da FIA.
Além da alimentação, Maluf destaca outros dois componentes que são importantes na composição mensal da população mais pobre: aluguel e combustíveis.
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