Religião

Bispos de Pernambuco apresentam carta com 29 ações de combate à desigualdade social no Estado

Os religiosos entregaram uma carta à gestora do Poder Executivo elencando desafios nas áreas sociais, econômicas e ambientais vividos pelos pernambucanos na região metropolitana, zona da mata, agreste e sertão (Foto: Rafael Vieira/DP Fotos)
Numa reunião hoje (17), na Província Eclesiástica de Olinda e Recife, a governadora de Pernambuco Raquel Lyra recebeu dos Bispos da província, uma carta que sugere por parte do Governo Estadual, uma atuação mais efetiva em 29 pontos identificados pela igreja nas Zonas da Mata, Agreste e Sertão de Pernambuco.
Através desta Carta, estão registradas as preocupações pastorais e, em vista da formulação de Políticas Públicas, que julgam pertinentes, foram apresentadas sugestões ao Governo de Pernambuco, em espírito de colaboração. Questionados pela gravidade do momento que vivemos, sempre na perspectiva do serviço, se colocaram ao lado de todos os que desejam ver superada esta fase de tantas incertezas e tanto sofrimento do povo.
O encontro aconteceu às 9h, na sede da CNBB Nordeste 2, na Boa Vista, área central da capital. Na ocasião, os religiosos entregaram uma carta à gestora do Poder Executivo elencando desafios nas áreas sociais, econômicas e ambientais vividos pelos pernambucanos na região metropolitana, zona da mata, agreste e sertão. O documento também sugere 29 ações para a implementação de políticas públicas.
A Província Eclesiástica de Olinda e Recife é formada pela arquidiocese e mais nove dioceses, são elas: Afogados da Ingazeira, Caruaru, Floresta, Garanhuns, Nazaré, Palmares, Pesqueira, Petrolina e Salgueiro. Cada Igreja particular é governada por um bispo, e o responsável pela província é o arcebispo metropolitano ou metropolita, dom Fernando Saburido.
De acordo com os religiosos, a fome e o aumento das desigualdades são vistos com uma enorme preocupação. O relatório da Rede Penssan, que monitora a segurança alimentar e nutricional dos brasileiros, mostra que 125,2 milhões de brasileiros sofrem algum tipo de insegurança alimentar, compreendendo, assim, quase 60% (58,7%) da população. Pelo menos 20% das famílias, em seus domicílios, passam fome em dez das 27 unidades da federação. Os Estados do Norte e do Nordeste são os que mais sofrem, em termos proporcionais, com a insegurança alimentar grave. Pernambuco tem a segunda maior população de pessoas passando fome: 2,1 milhões de pessoas.
A governadora Raquel Lyra recebeu dos religiosos a carta com as sugestões e comentou sobre as ações que o governo vem tomando para diminuir os efeitos causados pela fome e falta de estrutura nas regiões. “O combate à fome é uma prioridade no nosso governo, estamos desenhando um programa de segurança alimentar para entregar a população e para que ele possa funcionar de verdade é preciso garantir o apoio de todos os pernambucanos e das instituições religiosas como a  igreja católica que já faz um bonito trabalho em vários locais como a casa do pão”, declarou a governadora.
Garantir a execução de alguns programas em Pernambuco vai ajudar muito o governo a diminuir os problemas que foram colocados na carta. “Temos que garantir mais qualidade de vida aos Pernambucanos e para isso, vamos buscar mais recursos junto a bancada para garantir a construção de moradias, pavimentação de estradas e o programa de aquisição alimentar, tudo isso está sendo construído para que a gente possa entregar a população o que ela precisa”, enfatizou Raquel Lyra.
Para o Arcebispo de Recife e Olinda, Dom Fernando Saburido, a apresentação da Carta à governadora de Pernambuco foi uma oportunidade de podermos mostrar 29 propostas nas três regiões de Pernambuco, Zona da Mata, Agreste e Sertão. A fim de sensibilizar o governo do estado para atuar nessas regiões. “Sentimos por parte da governadora muita abertura, muita disponibilidade dela para ajudar, inclusive contando conosco e nos convidando a estar mais perto do governo e isso nos alegra muito porque de fato estamos vendo boa vontade para ajudar o nosso povo”, disse o Arcebispo Dom Saburido.
Também estiveram presentes na reunião os bispos dom Fernando Barbosa (Palmares), dom Francisco Canindé Palhano (Petrolina), dom Francisco de Assis Dantas de Lucena (Nazaré), dom Gabriel Marchesi (Floresta), dom Egídio Bisol (Afogados da Ingazeira), dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa (Garanhuns), e dom Limacêdo Antonio da Silva (auxiliar de Olinda e Recife).
Confira abaixo algumas sugestões de atuação do Estado e as áreas:
  
Região Metropolitana e Zona da Mata (Norte e Sul):
– Superlotação nos grandes Hospitais da Região Metropolitana;
– Falta de política habitacional para as populações que moram em morros, palafitas e encostas;
– Falta de investimento em ações de infraestrutura e saneamento básico;
– Ausência de incentivo ao Turismo Religioso;
– Existência de aterros desordenados nos Centros Urbanos.
Região Agreste:
– Falta de acesso à água;
– Dificuldade de acesso a Hospitais, Upas e outros serviços;
– Falta de incentivo à agricultura familiar;
– Aumento da Violência, sobretudo, com jovens e mulheres;
– Impactos dos parques eólicos nas comunidades.
Região Sertão:
– Falta de acesso à água. – Dificuldade de acesso a Hospitais, Upas e outros serviços;
– Falta de incentivo à agricultura familiar;
– Aumento da Violência, sobretudo, com jovens e mulheres;
– Impactos dos parques eólicos nas comunidades;
– Ausência de parcerias para o desenvolvimento do turismo.
Os religiosos entregaram uma carta à gestora do Poder Executivo elencando desafios nas áreas sociais, econômicas e ambientais vividos pelos pernambucanos na região metropolitana, zona da mata, agreste e sertão (Foto: Rafael Vieira/DP Fotos)
Geraldo Majela

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